sábado, 22 de setembro de 2012

Uma experiência única



Partilho convosco um testemunho meu, elaborado para o boletim de informação "Entre nós" de Setembro, de contacto com os grupos missionários

A ALVD (Associação Leigos Voluntários Dehonianos), associação que se dedica ao voluntariado missionário, permitiu mais uma vez uma experiência de missão a 6 leigos, acompanhados pelo Pe. Juan.
Depois de um ano de preparação e de formação, a realização de várias actividades em vários pontos da ilha, este grupo partiu para Moçambique, mais concretamente para o Alto Molócuè, onde está uma comunidade dehoniana e um centro juvenil.
Este grupo de voluntários dedicou-se, ao longo do mês de Agosto, a uma variedade de actividades de apoio Centro Juvenil Padre Dehon. Os campos privilegiados da nossa missão foram sobretudo a informática (actualização dos computadores do centro e formação de formadores), a Escolinha (uma pré-escola que funciona no centro, acolhendo cerca de 40 crianças entre os 4 e os 6 anos), e o apoio à biblioteca do centro, que chega a receber por dia cerca de umas 100 visitas. Além disso, dedicamo-nos a outras actividades tal como a dança.
Foi uma experiência muito importante para estes voluntários, pois permitiu-lhes conhecer outra cultura diferente da nossa, como também os missionários dehonianos que trabalham em Moçambique e a sua dedicação em favor da evangelização e promoção humana.
Mais do que levar e fazer coisas, viemos cheios da riqueza deste povo, das crianças e dos jovens, da alegria com que vivem e testemunham a sua fé. Era sempre um momento muito especial quando ao domingo acompanhávamos os missionários às comunidades, a forma como nos acolhiam e viviam a Eucaristia. Aqui percebemos plenamente o sentido de que a Eucaristia é verdadeiramente uma festa, com muita música e dança e grande disponibilidade para acolher a Palavra de Deus.
Enfim… um mês passou a correr e parece que não foi nada. Porém foi muito para aqueles que tiveram o privilégio de fazer esta experiência. Muita coisa para processar à medida que vamos voltando ao quotidiano e rotina do nosso trabalho.
Certamente que viemos diferentes… mais ricos de conhecimento, de cultura, mas sobretudo mais felizes por podermos participar, mesmo que de forma muito ténue, no trabalho que os missionários realizam nas missões ad gentes.
Uma vez alguém me disse que quem vai à Africa volta diferente… não tanto exteriormente, mas sobretudo interiormente. Embora seja a terceira vez que volte a Africa, acompanhando grupos de voluntários, cada vez que lá volto é diferente, volto mais rico.

Pe. Juan Noite, scj

quarta-feira, 19 de setembro de 2012


Férias em modo de Voluntariado

Este ano tive umas férias diferentes. Podia ter ido apanhar sol para um resort numa qualquer ilha paradisíaca ou passear numa qualquer cidade cosmopolita para ver museus e fazer compras, mas não.

Optei por integrar uma Missão de Voluntariado através da ALVD – Associação de Leigos Voluntários Dehonianos, durante o mês de Agosto em Moçambique, no Centro Juvenil Padre Dehon do Alto Molócuè, na província da Zambézia.

Para lá chegar, desde Outubro do ano passado frequentei uma formação de preparação para esta Missão, juntamente com mais 6 pessoas (Nélia, Marlin, Isabel, Marta, Gonçalo e Pe. Juan). Esta formação foi orientada por voluntários que já tiveram experiência em missão e como tal transmitiram o seu conhecimento de causa, por vezes difícil de entender por quem lá nunca esteve. Este conhecimento foi completamente desmistificado após conhecimento da realidade local, porque o que se planeia nem sempre corre como queremos e como imaginamos. É necessário aprender a ultrapassar esta grande barreira e aceitar a realidade tal como ela é, e saber dar a volta a determinadas situações, para as quais nem sempre estamos preparados. Este ponto fez parte da adaptação à missão que depois de ultrapassado, faz com que tudo corra bem! Serviu também para criar laços e sentido de interajuda entre todos, que foi plenamente aplicado durante a missão (e continuará a ser).

Tive o privilégio de conhecer algumas pessoas pelas quais tenho uma grande admiração entre os quais: Pe. Onorio Matti e Pe. Ilario Verri, ambos pela sua persistência, paciência e dedicação aos outros e o Pe. Elia Ciscato, pelo seu vasto estudo e conhecimento da cultura local que transmitiu durante a visita a uma comunidade local. A sensação que tive foi a de estar a ver um documentário sobre a vida natural em África mas in loco.

O trabalho propriamente dito da Missão decorreu no Centro Juvenil Pe. Dehon, sendo dividido em várias vertentes (escolinha, informática, biblioteca, aulas de inglês, de musica e de dança). Estive muito próxima de jovens adolescentes que frequentam a biblioteca após as aulas, para terem acesso aos manuais escolares onde copiam a matéria dada pelos professores, devido a não terem possibilidades de os adquirirem. Muitos deles aproveitavam para esclarecer dúvidas e ajuda nos trabalhos de casa. É notório que existe uma grande dificuldade no raciocino lógico e assimilação de conceitos. Esta situação deve-se principalmente à má alimentação e por vezes também uma má preparação dos professores. Existe um longo caminho a percorrer para que esta situação seja ultrapassada, fazendo com que se ultrapasse a barreira de pensar apenas para o dia, passando a se criar estruturas de preparação para o futuro.


A oportunidade de conhecer diferentes pessoas, realidades, mentalidades foi extremamente gratificante, assim como poder observar e guardar na memória as vastas e extasiantes paisagens.

Tudo isto faz com que fique sempre a sensação que o trabalho da missão está inacabado, ficando sempre a vontade de querer voltar. Dizem que não se deve voltar ao sítio onde fomos felizes, mas neste caso é inevitável. Qualquer pessoa que pise solo africano, de certeza que nunca mais será capaz de ver o mundo da mesma prespectiva e acredito que todos podemos ser felizes, mesmo aproveitando o que de menos bom está a nossa volta, transformando (transfigurando) em oportunidades para a mudança. É isto que recebi!

Cláudia Sá
17/09/2012
Texto publicado no Blog da ALVD - Associação de Leigos Voluntários Dehonianos: http://alvd2010-2020.blogspot.pt/2012/09/ferias-em-modo-de-voluntariado.html

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Quarta Feira, dia 29 de Agosto: A partida

Quarta feira, dia 29 de Agosto

Este foi um dia muito agitado para o nosso grupo de voluntários. Foi dia de regresso, onde todos trazem gravado no coração uma experiência unica e verdadeiramnete rica! Por outro lado, trazemos também conosco um misto de emoções...alegrias, tristezas, nostalgia, impotencia face a tanta necessidade, realização pessoal...enfim, completa ou não, a missão foi cumprida, e todos deram o seu melhor! Estamos certos que a nossa forma de ser e estar perante a vida toma agora uma  atitude  mais positiva!
O nosso dia foi de viagens desde o amanhecer até ao anoitecer. Saimos de Nampula pelas 11h00m da manhã, rumo a Pemba que fica a 30m de voo. Foi hora de despedida dos nossos 2 amigos voluntarios que só regressam no próximo mês de Novembro e do Pe Onório que nos acolheu duma forma que a todos agradou, durante toda a nossa estadia. Aqui ficou a promessa duma possivel visita à Madeira !
Saimos de Pemba e passadas 2h00m aproximadamente, chegamos a Dar-Es-Salam. No aeroporto tivemos uma recpção fora do comum....um aparato de jornalistas, dois carros de bombeiros em ação, e toda a gente a olhar para o nosso avião. De repente os bombeiros começaram a regar o nosso aparelho voador, e eu por momentos pensei que havia "bomba" ou "incendio " a bordo. Nossas dúvidas foram logo resolvidas quando a hospedeira de bordo nos informou que eram apenas formalismos próprios de boas vindas a um "Chefe" não sei das quantas... No transfer da Tanzania para o Dubai, tal como a vinda, foi um caus! Apenas duas pessoas ao balcão, e onde o dinheiro falava mais alto para quem quisesse fazer o check in o mais rápido possivel.
Saimos de Dar-Es-Salam, e no conforto da Companhia de aviação Emirates Airlines seguimos 7h a 8h horas aproximadamente de voo até ao Dubai. Aqui, o grupo subdividiu-se. A Isabel ,o Gonçalo e a Marta seguiram para um Hotel dos arredores, pois irão permencer dois dias aqui. Já a Nélia, o Pe Juan, a Marlin e a Claudia, procuraram conhecer a cidade o mais rápido possivel, pois só tinham uma noite pela frente, e partiariam para Portugal na manhã seguinte. Apesar da exaustão, passamos a noite toda a conhecer todos os pontos estratégicos e turisticos da cidade. Estavam 35 graus, e o ar era quase irespirável...mas lá sobrevivemos e conhecemo um pouco da riqueza abismal deste país. Na manhã seguinte lá estavamos nós prontos a seguir viagem para Portugal Continental!
 
 
A partida de Nampula